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  • Foto do escritorHenrique Junior

Ficha Técnica: Tietê-de-coroa, uma das aves mais raras do mundo

Atualizado: 28 de abr. de 2022

É a ave mais enigmática que nossas florestas escondem. Ou esconderam. Se ainda existe, permanece escondido atrás de seu traje esverdeado inconspícuo e seu comportamento furtivo. Quase tudo que sabemos dele é por meio de espécimes de museu espalhados mundo a fora, todos eles coletados no século XIX. A última vez que o Calyptura deu as caras foi há mais de 20 anos, precisamente em outubro de 1996, na Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro. Isso depois de desaparecer por quase um século e já ser dado por extinto por um considerável número de pesquisadores.

Apresenta uma distribuição restrita à região montana do Rio de Janeiro. Existem algumas evidências da existência da espécie também no estado de São Paulo, como um espécime de museu descoberto há pouco tempo na Europa. É uma ave pequena, de coloração esverdeada na parte dorsal e amarelada na parte ventral. A cabeça é ornada com um vistoso topete vermelho delineado por negro que se sobressai extravagantemente à plumagem modesta da ave. A cauda é muito curta e escondida debaixo da ponta das asas. Sua voz nunca foi gravada e é descrita apenas como sendo assovios curtos e roucos.

Pequenino, possui menos de 8cm da ponta do bico à ponta da cauda. Movimenta-se discretamente aos casais pelo extrato médio da floresta, habitando bordas de bosques e mesmo matas secundárias em áreas montanas de 400 a 900 metros de altitude. Aparentemente não se expõe na copa das árvores. Acredita-se que se alimente de pequenos frutos e bagas, sementes e insetos, vasculhando bromélias e orquídeas em busca de alimento. Provavelmente aprecia os frutos do visgo (Viscum sp.).

A principal ameaça à espécie é a fragmentação de seu habitat, o que reduz ainda mais sua já limitada distribuição. Supõe-se que seja um migrante sazonal de altitude, o que dificulta sua existência em ambientes fragmentados. Apesar de já ter sido registrado em matas secundárias, esses ambientes não são adequados para essas aves, devido à ausência de epífitas, que não só são fonte de alimento como mantêm um microclima favorável na floresta.


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Nome em inglês: Kinglet Calyptura

Família: Platyrinchidae

Tamanho: até 8 cm

Dimorfismo sexual: não

Alimentação: frutos, insetos e sementes

Habitat: floresta úmidas de até 900m

Vocalização: desconhecida

Referências bibliográficas:

  1. Sick, H. (1997) Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 862p.

  2. BirdLife International. 2016. Calyptura cristata. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22700827A93799043. disponível em http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22700827A93799043.en. Acesso em 10 February 2018.

  3. Reisfeld, A. (2016). SAVE Brasil. Acesso em 10 de Fevereiro de 2018, disponível em http://www.savebrasil.org.br/calyptura/

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