Se você observa aves e se interessa por leituras que ajudem a aprender mais a respeito desse fascinante universo da observação de aves, certamente já se deparou com palavras difíceis e que não são do seu cotidiano. A nova série da Revista Uru, Dicionário de Passarinho é uma iniciativa para aproximar nossos leitores da ornitologia e observação de aves por facilitar o contato com esses termos pouco usuais que vez por outra nos deparamos, contribuindo assim para que suas pesquisas sobre o tema se tornem mais compreensíveis.
Para começarmos, separamos alguns termos frequentes com iniciados com a letra “A”:
Agonístico
– Em condições de estresse, como por exemplo quando capturada por um predador ou manipulada, durante brigas ou em qualquer situação de sofrimento ou desespero, a ave – ou outros seres vivos – emite sons típicos, que são chamados vocalização agonística.
Vocalização agonística de Furnarius figulus, por Helberth Peixoto. Disponível em (http://www.wikiaves.com.br/58810)
Alarme
– O chamado de alarme é emitido por uma ave quando algum potencial perigo é detectado. Esse chamado avisa tanto as outras aves de que um perigo se aproxima quanto o potencial predador de que ele já foi visto. Os chamados de alarme geralmente são curtos e repetitivos e entendidos por todas as espécies.
Alarme de Myiozetetes similis, por Roney Souza. Disponível em (http://www.wikiaves.com.br/1690391)
Albinismo
– O albinismo é uma condição genética caracterizada na perda de pigmentação da pele e acessórios, como pêlo, pena e bico. Uma ave albina apresenta coloração branca, com tarsos e bico rosados ou amarelados e íris avermelhada. O albinismo pode se manifestar total ou parcialmente. O albinismo parcial gera a variação de plumagem conhecida por arlequim, sendo que a ave apresenta parte da plumagem albina e parte com coloração normal, mostrando um padrão manchado.
Allopreening
– O allopreening é uma interação amistosa entre indivíduos de espécies diferentes, consistindo basicamente no comportamento de limpeza e remoção de parasitos do outro indivíduo. É bem comum entre urubus e carcarás.
Alopátrica
– Quando duas populações têm distribuição que não se sobrepõe nem compartilha uma borda, diz-se que as populações são alopátricas. Nesse caso as populações estão completamente isoladas, não ocorrendo contato entre elas.
Altricial
– Os animais, quando nascem, podem apresentar um desenvolvimento altricial ou precocial. Uma ave com desenvolvimento altricial nasce bastante prematura, com pele nua, olhos fechados e movimentos reduzidos, permanecendo no ninho por um período após o nascimento, dependendo inteiramente dos pais para a alimentação.
Anel ocular
– O anel ocular é uma estrutura de pele nua em volta dos olhos da ave, podendo ser mais ou menos pronunciada dependendo da espécie. Em alguns grupos de aves essa estrutura se mostra bastante conspícua, pela espessura e coloração. Isso acontece, por exemplo, nos surucuás e em muitas chocas. Em alguns casos chega mesmo a servir como diagnose de gênero, sendo mais pronunciada no macho ou apresentando coloração distinta no macho e na fêmea.
Anisodáctilo
– Os pés de uma ave apresentam adaptações aos hábitos da ave e ambiente onde vive. A conformação de dedos mais comum entre as aves é o pé anisodáctilo, caracterizado por apresentar três dedos voltados pra frente e um, o primeiro, voltado pra trás. Para mais detalhes sobre a disposição dos dedos das aves leia o artigo As aves e seus pés. Classificação quanto à disposição de dedos
Antifônico
– Algumas espécies cantam em dueto. O dueto geralmente é formado por um casal e muitas vezes o canto de um dos indivíduos completa o canto do outro, sendo, às vezes, mesmo difícil perceber que se trata de mais de um indivíduo. A isso chamamos canto antifônico. Um bom exemplo deste tipo de canto são os Aracuãs-do-pantanal (Ortalis canicollis)
Áudio por Rafael Cortez, disponível em (http://www.wikiaves.com.br/3031394)
Antropomorfismo
– Os ambientes modificados pelo ser humano são chamados ambientes antropizados e podem ser hostis para muitas espécies. Porém, algumas espécies se adaptam a viver nesses ambientes, e até mesmo se beneficiam deles, como o pardal (Passer domesticus) e muitos columbídeos. A essa característica damos o nome de antropomorfismo.
Arena
– Na época reprodutiva as aves usam de diversos artifícios para atrair um parceiro. Em algumas espécies, os machos se congregam em leks e preparam um ambiente, geralmente no solo ou em galhos baixos, para fazer as apresentações e atrair as fêmeas. Esse ambiente é chamado arena. Dentre as aves brasileiras com este comportamento, se destaca o Galo-da-serra (Rupicola rupicola) encontrado na Amazônia, conforme pode ser visto no vídeo abaixo.
Arena de Galo-da-serra (Rupicola rupicola) por Hiram Pereira, disponível em (https://youtu.be/B-jJ–Isars)
Artelhos
– Artelho ou dedo é uma estrutura anatômica da ave formada pelas falanges e ligada ao tarso. As aves apresentam geralmente quatro artelhos.
Assembleia
– Muitas espécies de aves congregam-se em grandes números em algumas ocasiões, como durante migrações ou em locais com abundância de alimentos. A essas congregações de aves se dá o nome assembleia
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